Eu senti algo gelado tocando meu corpo, e juro por todos os deuses que acredito e por aqueles que nem acredito que estava sozinha no meu apartamento, estava apenas eu, minhas séries, e o frio. E então eu senti aquele toque gelado, primeiro no meu ombro, depois no meu pescoço, e então foi para as minhas pernas e parou tão rápido quanto surgiu.
Crente de que estava apenas ficando louca resolvi sair, dar uma espairecida e ver se me esquecia do que havia acontecido. Parei no bar, me sentei e pedi a cerveja de costume, me conectei ao wifi e apenas fiquei ali puxando papo com pessoas aleatórias quando então senti algo apertar meu pescoço. Nesse momento o copo caiu no chão, e meu coração disparou, me virei procurando quem teria feito aquilo e nada encontrei. "Seria isso só mais uma coisa da minha cabeça?" pensei enquanto ia para casa depois do acontecido, e ao pisar em casa eu ouvi gemidos, mas por que diabos estava ouvindo aquilo, se eu moro sozinha? Andei devagar para lá e para cá por toda casa e mais uma vez nada encontrei.
Tomei um banho quente, quente o suficiente para deixar todo meu corpo vermelho, tão quente que eu conseguia sentir o calor saindo do meu corpo mesmo depois do chuveiro desligado. Me deitei, ajeitei as cobertas, me agarrei meu travesseiro, orei para o meu Deus, e adormeci, mas não houve nem uma hora de sono e outra vez senti os toque gelados pelo meu corpo, acordei. E senti que a cama estava molhada, meus pés estavam arranhados, ou melhor rasgados e sangravam sem parar, amarrei á eles pedaços do lençol rasgado e procurei meu celular para ligar para qualquer um, mas de alguma forma ele havia sumido.
Tentei me acalmar, lavei o rosto, e coloquei a banheira encher, tudo bem até a ai. Quando direi a roupa senti como se alguém acariciasse meu corpo, me arrepiei e mais uma vez disse a mim mesma que isso era apenas coisa da minha cabeça. Deitei, relaxei, e acabei dormindo. Tive um sonho estranho, tinha alguém que eu não sabia quem na banheira comigo, e eu não sei como ou porque, mas eu confiava nele, meu corpo se sentia atraído por ele e nós transamos, e transamos. Acordei na cama sem saber o que havia acontecido, ou como tinha ido parar lá, tentei esquecer de tudo, mas não houve como, pois nunca houve sonho algum era tudo real.
Dia após dia aquilo continuava, só que o terror aumentava, e o machucados também, e ninguém queria me ouvir, ninguém queria acreditar em mim, quando eu dizia que havia algum maldito demônio na minha casa, tentando fazer de mim algum tipo de escrava sexual. E aquilo continuou, e continuou até que ele atingiu seu objetivo e agora eu carregava em mim, um herdeiro dele.
E eu tentei, com todas as minhas, forças, com todas as possibilidades tirar esse maldito de mim, mas não houve sucesso, não houve jeito, ele estava colado em mim e iria estar até o fim disso tudo.
Eu suportei todos os malditos meses, dei a luz a ele no escuro do meu quarto sem nenhuma ajuda se quer, e quando achei que estava livre, na verdade estava apenas mais presa. Pois depois que seu herdeiro nasceu ele me visitou ainda mais, e não apenas nas noites, como durante o dia. Ele sussurrava absurdos nos meus ouvidos, machucava meu corpo, e ele ainda faz isso e grita nos meus ouvido que será minha companhia por toda eternidade, porque eu pertenço a ele e será assim até o fim. Eu sou a maldita escrava sexual do demônio, e ninguém pode me livrar disso, porque essa é minha maldição.
E agora toda vez que eu sinto um arrepio, ou qualquer toque estranho meu corpo estremece, e por fim se torna mole, e maleável porque eu já não tenho muito o que fazer. Porque ele já não pertence mais a mim, e sim a ele. Me diga, se eu contasse que isso é real você acreditaria? Você já pensou que você pode ser o próximo de algum deles? Você não tem medo deles?